Celebramos, neste Domingo, a Solenidade de Pentecostes.
Chegou o momento prometido por Jesus aos seus Apóstolos, o momento da verdade total, o momento da luz plenamente esclarecedora, o momento da força destemida, do testemunho corajoso. Aí está o Advogado, o Consolador, o Dom por excelência.
Porque o Espírito Santo é Deus infundindo-se, derramando-se na Sua plenitude sobre as mentes e os corações daqueles que O esperavam, pois Jesus lhes dissera antes de partir: «Dentro de pouco tempo vós sereis batizados no Espírito Santo».
Está concluída a Redenção. O mistério Pascal chegou ao fim.
Anunciando os efeitos do Espírito naqueles que acreditassem, Jesus prometera um dia que do seio deles correriam rios de água viva; e S. João, que se refere a esta passagem, anota em seguida: «Jesus falava do Espírito que deviam receber os que n’Ele acreditassem; pois o Espírito ainda não viera, por Jesus não ter sido ainda glorificado.» (João 7, 37ss)
Pois bem, Jesus já foi glorificado – subiu à Cruz, desceu ao túmulo, ressuscitou e está na Glória do Pai. E de lá envia o Espírito Santo «para continuar no mundo a sua obra e consumar toda a santificação» – como diz a oração eucarística.
Uma das leituras da Missa da Vigília –a festa do Pentecostes tem uma Vigília semelhante à da Páscoa, com grande variedade de leituras – lembra o episódio da Torre de Babel – da confusão, do orgulho, da dispersão, do não mais os homens poderem entender-se.
A 1.ª leitura da Missa do dia põe em relevo a ação unificadora do Espírito Santo que, invertendo os efeitos de Babel, congrega povos de todas as raças e línguas, no assombro da contemplação das maravilhas de Deus, anulando todas as divergências a partir das maneiras da própria linguagem: «ouvimos, cada um, em nossas diversas línguas estes homens a proclamar as maravilhas de Deus». Já não há mais separação entre os povos. Esta é a obra fundamental do Espírito Santo: congregar na unidade, fazer de povos e homens diferentes um só povo, o povo de Deus, fundado no Amor, que o Espírito Santo veio derramar nos corações.
Esta obra, iniciada no dia de Pentecostes, está destinada a renovar a face da terra, desta pobre terra tão ameaçada por ódios, divisões, destruições e guerras.
E há de fazê-lo substituindo todas as línguas por uma só – a linguagem do Amor – a única que pode congregar todos os homens, pois é acessível a todos – doutos ou ignorantes, do interior ou estrangeiros, crentes ou incrédulos.
Enviai Senhor o Vosso Espírito, e renovareis a face da terra…