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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A oração é a luz da alma


A oração, o diálogo com Deus, é um bem incomparável, porque nos põe em comunhão íntima com Deus. Assim como os olhos do corpo são iluminados quando recebem a luz, a alma que se eleva para Deus é iluminada por sua luz inefável. Falo da oração que não é só uma atitude exterior, mas que provém do coração e não se limita a ocasiões ou horas determinadas, prolongando-se dia e noite, sem interrupção.

Com efeito, não devemos orientar o pensamento para Deus apenas quando nos aplicamos à oração; também no meio das mais variadas tarefas – como o cuidado dos pobres, as obras úteis de misericórdia ou quaisquer outros serviços do próximo – é preciso conservar sempre vivos o desejo a lembrança de Deus. E assim, todas as nossas obras, temperadas com sal do amor de Deus, se tornarão um alimento dulcíssimo para o Senhor do universo. Podemos, entretanto, gozar continuamente em nossa vida do bem que resulta da oração, se lhe dedicarmos todo o tempo que nos for possível.

A oração é a luz da alma, o verdadeiro conhecimento de Deus, a mediadora entre Deus e os homens, Pala oração a alma se eleva até aos céus e une-se ao Senhor num abraço inefável; como uma criança que, chorando, chama sua mãe, a alma deseja o leite divino, exprime seus próprios desejos e recebe dons superiores a tudo que é natural e visível.

A oração é venerável mensageira que nos leva à presença de Deus, alegra a alma e tranqüiliza o coração. Não penses que essa oração se reduza a palavras. Ela é desejo de Deus, amor inexprimível que não provêm dos homens, mas é efeito da graça divina, como diz o Apóstolo: Nós não sabemos o que devemos pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis (Rm 8, 26).

Semelhante oração, quando o Senhor a concede a alguém, é uma riqueza que não lhe pode ser tirada e um alimento celeste que sacia a alma. Quem a experimentou inflama-se do desejo eterno de Deus, como que de um fogo devorador que abrasa o coração.

Praticando-a em sua pureza original, adorna tua casa de modéstia e humildade, torna-a resplandecente com a luz da justiça. Enfeita-se com boas obras, quais plaquetas de ouro, ornamenta-se de fé e de magnanimidade em vez de paredes e mosaicos. Com cúpulas e coroamento de todo o edifício, coloca a oração. Assim prepararás para o Senhor uma digna morada, assim terás um esplêndido palácio real para o receber, e poderás tê-lo contigo na tua alma, transformada, pela graça, em imagem e templo da sua presença.   


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por
Das Homilias do Pseudo-Crisóstomo, Séc IV

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Iniciação cristã e Eucaristia


Batismo, Crisma e Eucaristia são os sacramentos que “fazem o cristão”. Naturalmente, ao longo da vida ele deve “crescer” por meio da Palavra de Deus, da conversão contínua, da oração, dos demais sacramentos, da prática do Evangelho, da participação na vida da Igreja, em particular, do constante esforço para se abrir ao amor fraterno, à solidariedade especialmente para com os mais necessitados. Enfim, a “iniciação cristã” é somente o “início”; trata-se, porém, de um início tão significativo quanto o do nascimento: nascemos para a vida humana; precisamos também nascer para a vida divina: e aqui se insere a função dos três sacramentos acima citados.
Qual você acha que é o papel da Eucaristia na iniciação cristã? Não é o caso de retomar aqui toda a doutrina sobre a Eucaristia. Só vou pôr em relevo alguns aspectos que são fundamentais para que você, feito cristão pelo Batismo e pela Crisma, encontre na Eucaristia como que o“ambiente perfeito” no qual irá viver e desenvolver sua vida divina.
Antes de tudo é bom recordar que Eucaristia não é só “comunhão eucarística”, nem só “adoração ao Santíssimo Sacramento”. É bom lembrar também que tanto o Batismo quanto a Crisma inserem você na “comunhão eclesial”, isto é, na comunidade dos que aderem a Jesus, a Igreja. Sem Igreja não há Eucaristia, como sem Eucaristia não há Igreja; portanto, sem Igreja também não tem sentido pretender ser cristão; de fato, não existe um cristianismo “individual” (para não dizer “individualista”).
Aquele que “foi feito cristão” pelo Batismo e pela Crisma, se quiser desenvolver em si a vida divina, deve começar por participar da celebração eucarística, particularmente no Dia do Senhor (o Domingo), a fim de unir-se a todos os membros da comunidade eclesial e, com eles, adorar, louvar, agradecer ao Pai pelo dom da “filiação divina” e por todos os dons e benefícios que Ele, em seu amor, concedeu a você, aos outros membros da comunidade, à Igreja inteira, à humanidade toda e ao mundo.
A Eucaristia, em primeiro lugar é, de fato, a mais perfeita “ação de graças” ao Pai, a mais perfeita oração, presidida pelo próprio Jesus, a mais perfeita comunhão com o Pai, com Jesus e com os membros da comunidade que o Espírito Santo cria e anima. Como lhe disse acima, participar da Eucaristia é mergulhar no mais adequado “ambiente” que faz com que você possa desenvolver os dons que recebeu no Batismo e na Crisma. É na hora em que esse “ambiente” é criado pela celebração eucarística que você reforça sua Fé, Esperança e Caridade; revê sua vida para um sincero esforço de conversão; assume compromissos de maior vivência do Evangelho; enfim, a Eucaristia é o “ambiente” ideal para você se tornar sempre mais cristão. Participar assim da Eucaristia é uma primeira forma de “comunhão”: comungar com os irmãos e irmãs, reunidos em torno de Jesus, animados pela presença do Espírito, para ir ao encontro do Pai de todos os dons. Diria que esta é a dimensão “eclesial” da Eucaristia.
A Eucaristia é também o sacrifício de Jesus sob os sinais de pão e de vinho, sacrifício que Ele, em seu amor ao Pai e por nós, consumou no Calvário, movido pelo Espírito Santo, que o levou a fazer o maior ato de amor que jamais se viu brotar de um coração humano. Ora, toda vez que se celebra a Eucaristia torna-se presente aqui e agora o sacrifício de Jesus. Você, participando da celebração eucarística, junto com os demais participantes, é como que “arrastado” pelo ato de amor de Jesus a se oferecer ao Pai junto com Ele, em gesto de obediência, de arrependimento, de conversão, de salvação do mundo inteiro. Você não é um assistente mudo do sacrifício; você de fato participa dele, torna-o seu, envolve nele toda a sua vida, todos os seus pecados, todo o seu amor arrependido, todas as suas dores, seus fracassos, mas também todos os seus esforços para viver amorosamente à imitação do amor de Jesus pelo Pai e por nós.
E quem está “por trás” de todo esse movimento que, da terra, por Jesus, com Jesus e em Jesus, se eleva ao Pai? O Espírito Santo. Por isso, participar da Eucaristia é também “comungar” com o sacrifício de Jesus, em obediência ao Pai, animado pelo Espírito, para a salvação de todos. Como você pode observar, também aqui, nada de individualismo: tudo é “comunhão”. Esse é o momento em que seu Batismo e sua Crisma adquirem sentido mais profundo: filho/a de Deus, animado pelo Espírito Santo, você se deixa pregar na cruz junto com Jesus. Sua identificação com Ele se aproxima do seu ponto alto.
Por fim, chega a hora da comunhão eucarística. Participar da carne e do sangue de quem foi imolado em sacrifício é um gesto de identificação com a vítima, Jesus: Ele em você, você nele! Não pode haver comunhão maior. Unido a Jesus pela comunhão eucarística, você se torna uma coisa só com Ele; unido a Ele, você mergulha na comunhão que existe entre Ele e o Pai no amor do Espírito Santo. De verdade, recebendo Jesus eucarístico, na prática, você “recebe” também o Pai e o Espírito Santo, pois os três são inseparáveis. Se o Batismo gerou você como filho/a, se a Crisma tornou você templo do Espírito Santo, ao comungar a Eucaristia, Jesus o “arrasta” para dentro da comunhão trinitária, onde se dá a perfeita unidade, a plena salvação, a eterna felicidade. Deve-se dizer que a comunhão eucarística é a realidade presente e a antecipação sob sinais da eterna “comunhão” com Deus, e nisto consiste a salvação.
Como você percebe, a Eucaristia é de fato o “ambiente” em que o Batismo e a Crisma encontram sua maior profundidade e expansão. A Eucaristia é o acontecimento em que você, em Jesus e por Jesus, se transforma sempre mais em filho/a de Deus e se deixa conduzir pelo Espírito Santo a crescer como “pequeno deus”. Não você sozinho, mas com toda a comunidade que celebra a Eucaristia. Daí é que deriva o compromisso próprio da Eucaristia: quem participa das três “comunhões” de que há pouco falamos deve também entrar em comunhão com todos os membros da Igreja (esta é uma quarta “comunhão”) e com toda a humanidade. Se não há comunhão eclesial sem Eucaristia, também não pode haver Eucaristia autêntica sem comunhão na caridade, sem compromisso de amor fraterno e de solidariedade. É assim que o Batismo, a Crisma e Eucaristia, sacramentos da iniciação cristã, fazem o verdadeiro discípulo/a de Jesus.
Dom Hilário Moser, SDB, é bispo emérito da Diocese de Tubarão (SC)

domingo, 26 de junho de 2011

Questionamentos Protestantes - parte I

De fato, Paulo escreveu o que é a Igreja: “Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade” (1Tim 3,15).
Os cristãos de nossos dias supõem erroneamente que os primitivos cristãos viviam tempos tranqüilos e liam seu Novo Testamento exatamente como os bons e atuais protestantes fazem. O fato é que os livros do Novo Testamento ainda não tinham sido escritos pelo menos até duas décadas após a formação da Igreja, cerca do ano 30. Os livros finais do Novo Testamento não foram escritos senão perto do fim do século I, de conformidade com muitos estudiosos. Já que os cristãos primitivos não tinham o Novo Testamento, a Igreja primitiva era doutrinada pelos Apóstolos e por aqueles que tinham recebido a autoridade dos Apóstolos.
“Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações” (At 2,42).
Na noite em que foi traído, Jesus prometeu à Igreja e aos apóstolos que os ensinaria toda a verdade:
“Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, …” (Jo 16,13).
No Protestantismo moderno mais de 20.000 denominações ensinando diferentes “verdades”. A natureza contraditória dessas “verdades” nos dirá que nenhuma dessas “verdades” pode ser considerada verdadeira. Ainda mais quando São Paulo nos diz claramente: “…porquanto Deus não é Deus de confusão, mas de paz” (1Cor 14,33).
Desde que Jesus disse que guiaria a Igreja na Verdade, se acreditarmos que Jesus estava falando a verdade, então temos de crer que há no mínimo uma Igreja que se congregou desde Pentecostes e que ensinou a Verdade. Essa Igreja existia, uma vez que Jesus falou: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mat 16,18).
Nenhuma igreja protestante tem o direito de reclamar que sua existência foi anterior ao século XVI. Os dois únicos grupos da Cristandade que podem traçar uma sucessão apostólica, através dos bispos, dos apóstolos até o presente, são as Igrejas Ortodoxas Orientais e a Igreja Católica Romana. A Igreja de Roma foi fundada pelo apóstolo Paulo e recebeu o apostolado final do Apóstolo Pedro. A Igreja Católica Romana reivindica ser aquela igreja que é “a coluna e fundamento da Verdade”. Um investigador da Verdade poderia no mínimo considerar se o ensinamento da Igreja Católica sobre o batismo, a Ceia do Senhor e o arrependimento, se estas simples matérias são bíblicas.
Onde você aprendeu que apenas a Bíblia era a coluna e o fundamento da Verdade? Sua igreja tem apenas 150 anos? Você pode traçar uma linha ligando sua igreja até aos apóstolos?
Fonte: Site “Glory to Jesus Christ!”. Tradução: José Fernandes Vidal.