quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pedro: Fé e esperança

Nascido Simão, provavelmente no século 1º d.C., foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo e certamente, segundo os relatos da Bíblia, da Tradição Católica e de diversos dados históricos de diversas fontes, foi o 1º grande líder da Igreja Católica Romana. Tendo uma vida muito conturbada, marcada pela perseguição e também pela coragem, ousadia e perseverança, é considerado um dos pilares dessa Instituição, que fundada por Cristo, se difundiu por todo o mundo, tornando-se umas das maiores bases religiosa.
A princípio era apenas um pescador, originário de Betsaida na Galiléia, mas que morava em Cafarnaum e tinha por irmão André, que foi quem lhe apresentou Jesus, que imediatamente o convocou, assim como a seu irmão, para serem seus discípulos, ou seja, para serem seguidores e alunos, daquilo que só Ele poderia ensinar. A partir daí sua vida se transformou, deixou de ser pescador de peixes, para se tornar pescador de homens:
“Então Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram.” Lucas 5, 10-11
Desde então, Jesus decidiu mudar o nome de Simão, que significa “aquele que apenas houve”, para Pedro, ou em grego, Cefas (como em Gálatas 2,11), que vem do hebraico e quer dizer pedra, rocha firme - antecipando seu legado como alicerce de toda a Igreja - fato esse que ocorreu na famosa passagem das “Águas Profundas”, na qual, por ordem do Mestre ele teria lançado novamente as redes ao mar para pescar, mesmo depois de ter tentado uma noite toda em vão, e para surpresa de todos, encheu o barco de peixes.
A história desse Apóstolo se limita principalmente à suas cartas, ou epístolas, na qual descreve, em certos momentos, sua situação; temos também como fonte o livro dos Atos dos Apóstolos, no qual, Lucas relata a trajetória de alguns de seus companheiros, e com certo detalhamento, as missões de Pedro e Paulo. Aquele como líder da “Seita do Nazareno” (como era conhecida a Igreja Católica), e este como um grande doutrinador, e assíduo pesquisador, além de grande inspirado no que diz respeito a Bíblia, com isso ambos formam os Pilares da Igreja.
Mas além de tudo, é necessário conhecermos um pouco daquilo que muito marcou Pedro: o seu temperamento; conhecido pelo seu jeito bruto, impulsivo e instintivo de agir. Devemos reparar, por exemplo, na situação que acontece no Horto das Oliveiras: antes de Jesus ser levado para ser julgado, quando os soldado chegam para levar Jesus, Pedro saca de sua bainha a espada e fere um dos soldados na orelha, revelando seu temperamento forte:
“Mas um dos companheiros de Jesus [Pedro] desembainhou a espada e feriu um servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha. Jesus, no entanto, lhe disse: Embainha tua espada, porque todos aqueles que usarem da espada, pela espada morrerão.” Mateus 26, 51-52
Mesmo assim Jesus sempre revelou seu profundo amor por Pedro, quando na Última Ceia, ele revelou que sua fé seria a responsável por confirmar a dos seus irmãos (Lucas 22, 31-ss).
Assim, e também com muitas outras passagens, Pedro é sempre colocado à frente dos seus irmãos de comunidade como líder. Temos por exemplo, quando em Pentecostes, ele cheio do Espírito Santo, pregou para uma multidão de judeus e converteu somente com uma pregação mais de 3000 pessoas, se mostrando um chefe carismático, ousado, corajoso e cheio de fé.
No decorrer de toda a sua história algo que sempre marcou sua realidade como servo foram as inúmeras vezes em que foi preso. Podemos dizer até que ele e Paulo disputavam para ver que ficava mais vezes preso por causa do Evangelho. Por diversas vezes, preso escrevia cartas de incentivo e exortação para suas comunidades, revelando-se forte na fé e capaz de transmitir essa força a todos os seu, como revelado por Cristo na Última Ceia. Dentro desse contexto temos, como exemplo, as chamadas Cartas Católicas, das quais, duas são atribuídas a Cefas, uma escrita de Roma (ou Babilônia, como é chamada a cidade pelo autor), para as igrejas as Ásia Menor. No conteúdo dessa 1ª carta, o Apóstolo revela que quem nos dá força é Deus, e que devemos sempre nos manter firmes na fé, sustentados pela graça. Em seu segundo escrito, ele se mostra paciente, e pede a paciência do seu povo na esperança da Parusia ( a segunda vinda de Cristo), pede que os cristão convictos, membros da igreja da Ásia se mantenham fortes na fé e que tenham discernimento para não cair nas idéias dos falsos doutores. Assim o Príncipe dos Apóstolos (como também era conhecido) mostra suas várias facetas como forte, paciente, ousado e cheio de fé. Mas, ao mesmo tempo era cabeça dura, por vezes, temos relatos dele em constantes conflitos com Paulo a cerca da doutrina da Igreja, como o em Antioquia em que os dois se enfrentaram por causa da conversão de gentios; outro caso ocorreu no Concílio de Jerusalém, cuja discussão foi sobre a circuncisão, ambos, defendendo idéias contrárias se enfrentaram abertamente e devido à teimosia mútua, quase foram para a briga corporal. Mesmo assim, Pedro nunca deixou de ser o líder, aquele que estava à frente e que encabeçava toda a ação evangelizadora.
Por fim, depois de caminhar por todo o Oriente Médio, por todo o litoral da África, passar por parte da Ásia e evangelizar boa parte do Império Romano, após ter ido até Roma e fundar, no que ele chama de Nova Babilônia, uma comunidade clandestina – devido a perseguição que os cristãos sofriam por parte do Império – ele retorna a Antioquia para ali ser bispo por pouco tempo. Retornando à Roma, sofre dura perseguição, é preso por várias vezes, e liberto por anjos que o auxiliam na sua missão. Quando vê que sua missão estava completa, e que já havia gasto toda a sua vida para espalhar pelo Mundo os ensinamentos de Cristo, em Roma estabelece seu primado, e na condição de Príncipe dos Apóstolos, realiza sua verdadeira missão: edificar a Igreja fundada por Jesus, sendo seu alicerce e fundamento e firmando a fé dos irmãos, como o próprio Deus lhe havia incumbido. Entregou seu sangue provavelmente em 67 d.C., em Roma estão seus restos mortais até hoje, abaixo do Vaticano como base da fé. Seu legado se estende por todo o mundo, graças ao seu sangue o catolicismo cresceu e se espalhou. Hoje vemos no Vaticano – sede do Primado Romano da Igreja Católica – grandes construções, todas elas feitas baseadas nele, na sua história, como podemos ver na Praça de São Pedro, que foi construída em forma de chave, em homenagem aquele de foi o único a receber as chaves do Céu e do Inferno. Hoje depois de 263 sucessores, vemos que nada do que ele fez foi em vão, a fé se mantém firme e inabalável, mesmo que vivida por poucas pessoas, e que ainda estamos na mesma espera pela Parusia, que ele tanto incentivava, a espera pelo Cristo que vem nos levar para o céu.