quinta-feira, 5 de maio de 2011

NIILISMO, O GRANDE MAL DA ATUALIDADE - Seminarista Leandro Paulo do Couto - Canção Nova

 Nestes últimos tempos temos visto a crescente perda de valores entres os jovens. Pois a igreja esta preocupada com esta situação. Bento XVI em um de seus discurso no ano passado disse: “Cada vez que a imprensa conta casos de violência juvenil, de acidentes de trânsito nos quais morrem tantos jovens, etc., me vem à mente o argumento de uma emergência educacional que exige a mais ampla colaboração possível”.
Precisamos ter uma atitude de discordância ao niilismo que “’invade de forma crescente’ o mundo juvenil” (faculdades, universidades e outros). Outra questão séria é a banalização dos valores naturais e cristãos pelos jovens. É preciso investir em iniciativas “sérias para que este grupo compreenda o valor da vida ou seja, os valores éticos e cristãos”.
Diante desta geração niilista, a Igreja encoraja todas as instituições a se dedicarem “seriamente” aos jovens, a não os deixarem a sua sorte e expostos a “escolas de professores tendenciosos”. Pois os Jovens serão o futuro da Humanidade.
O niilismo ou nihilismo é um termo e um conceito filosófico que afeta as mais diferentes esferas do mundo contemporâneo (literatura, arte, ciências humanas, teorias sociais, ética e moral). É a desvalorização e a morte do sentido, a ausência de finalidade e de resposta ao “por quê?”.
Os pressupostos do niilismo são: “Que não exista uma verdade; que não exista uma constituição absoluta das coisas, uma ‘coisa em si’”. O niilismo leva à desvalorização e negação dos seguintes princípios: princípio primeiro, Deus; fim último; ser; bem; verdade.
De certa forma somos influenciados e substituímos os valores fundamentais pelas farsas e máscaras do niilismo.
A verdadeira causa dos males do homem de hoje são justamente estes disfarces niilistas dos valores supremos, que caíram no esquecimento e que podem ser resumidos nos seguintes itens: o cientificismo e o redimensionamento da razão do homem em sentido tecnológico; o ideologismo absolutizado e o esquecimento do ideal verdadeiro; o praxismo, com sua exaltação da ação pela ação e o esquecimento do ideal de contemplação; a proclamação do bem-estar material como substituta da felicidade; a difusão da violência; a perda do sentido da forma; a redução do Eros à dimensão do físico e o esquecimento da “escala do verdadeiro amor”; a redução do homem a uma única dimensão e o individualismo levado ao extremo; a perda do sentido do cosmos e da finalidade de todas as coisas; o materialismo em todas as suas formas e o esquecimento do ser, a ele vinculado.
Devido estes conceitos niilistas, o ser humano está perdendo o valor de pessoa; o amor ao outro que, segundo o filósofo Emmanuel Mounier “é a mais forte certeza do homem”. O espírito de amizade e amor estão se perdendo, e desta forma perde-se como conseqüência a experiência comunitária, social e interpessoal.
Então podemos constatar que a violência que assistimos hoje nada mais é do que o reflexo de um mundo sem norte, sem rumo, habitado pelo “nada” ou por si mesmo, incapaz de se voltar para o próximo. O homem que ao mesmo tempo defende o seu “eu” se torna refém de si mesmo quando não consegue se abrir ao “tu”, ao outro, “eu existo simplesmente na medida em que existo para o outro”, dizia Emmanuel Mounier.
“A fé que opera na caridade é o verdadeiro antídoto contra a mentalidade niilista, que em nossa época cada vez vai estendendo mais sua influência no mundo”. (Bento XVI)